sexta-feira, 20 de junho de 2008

Dunga ganhou

Desejava escrever algo sobre o jogo entre Brasil e Argentina, mas em função do projeto da faculdade que está tomando meu tempo e pelo fato de ter encontrado um bom texto do colunista da Placar, achei interessante valorizar o texto e postar aqui.

Texto do site: http://www.placar.com.br




Passada a vaia do Mineirão, passada a murchada de Galvão Bueno que entre inflar e cornetar a Seleção ficou jururu na transmissão, dá para fazer um balanço de Brasil 0 x 0 Argentina. E Dunga, apesar das bordoadas que tomou, não se deu mal. Saiu, ao que tudo indica, de Belo Horizonte com o magnífico emprego que tinha antes. Nada mal para quem perdeu feio o jogo como visitante e não venceu a partida como local das Eliminatórias.
Como o Brasil recolhe um ponto em duas partidas e o técnico se deu bem? Pois é, para fazer uma análise dessas torna-se necessário uma espiadela nos vizinhos. Pois o líder Paraguai começou bem a rodada vencendo o Brasil e tomou de quatro da Bolívia. Três pontos, não disparou. A Argentina, vale lembrar, levou dois míseros pontinhos, um a mais que o Brasil após o empate em casa com os equatorianos e a igualdade do Mineirão.
E o 0 x 0 contra os argentinos nem de longe mostrou a apatia de Assunção. O Brasil teve bons momentos no primeiro tempo, Adriano deu mostras da força da natureza que é, Júlio Baptista de novo provou ser daqueles jogadores que se transformam em super-homens quando vestem a roupa verde-amarela, pela enésima vez o Brasil deixou claro que fica forte quando encara os argentinos. Só isso já deve ser suficiente para a manutenção do emprego do técnico pelo menos até as Olimpíadas. Infelizmente. O resultado (que nem foi tão bom) mascarando um trabalho errático.
Apesar de alguns bons momentos, o bando brasileiro fica mais bando quando fica ao lado de um time com técnico de verdade. Sem ser nenhuma maravilha, a Argentina de Alfio Basile pareceu jogar em casa no segundo tempo do Mineirão. Tocou a bola, teve as melhores chances e poderia ter saído com a vitória se Riquelme estivesse mais ligado e Messi menos afobado nas finalizações. Dunga teve o azar de perder Anderson no primeiro tempo e a oportunidade de transformar o limão em limonada. Poderia ter colocado (como na Copa América de 2007) Daniel Alves e incendiar o lado direito. Não fez, botou um perdido Diego e ainda deslocou para a obscuridade da volância o então melhor do time, Júlio Baptista. Numa mexida, criou para si dois problemas. Poderia ter corrigido a substituição equivocada, tirando Diego e enfiando Daniel Alves (como de fato fez, no finalzinho do jogo), mas aí estamparia seu erro inicial e feriria um dois princípios da famiglia Dunga: a lealdade cega com quem foi leal em outras oportunidades. Como ficaria Diego perante a opinião pública, entrando e saindo no meio do jogo? Ficaria "chato" para ele. Melhor assim, dane-se o resto do time.
Dunga segue, vivo, até que venha um tropeço definitivo. O Brasil segue, moribundo, perdendo um tempo que outras seleções estão aproveitando pelo planeta afora. Vida que segue.

Escrito por Sérgio Xavier

Um comentário:

Anônimo disse...
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